Sérgio Paiva e seu filho Serginho Paiva.
SERGIO PAIVA, O GRANDE HOMENAGEADO DESTE DOMINGO, NOS CONCEDE UMA BELA ENTREVISTA.
1- DESDE QUANDO É TURFISTA?
R: Tenho 71 anos e vou ao Hipódromo do Lucas desde que tinha entre 09 e 10 anos de idade, portanto há quase 61 anos.
2- O QUE OU QUEM O LEVOU PARA O TURFE?
R: Fui de carona com um tio de Ageleu Coutinho, o tio Foninho, por não ter podido ir ao futebol sozinho. Fui, gostei e fiquei até hoje!
3- QUAL OU QUAIS AS VITÓRIAS MAIS IMPORTANTES DE SEUS ANIMAIS, E/OU A(S) MAIS EMOCIONANTES?
R: São tantas que a resposta é difícil, mas sem dúvida alguma foi à vitória de Manaus no Grande Prêmio Paraná, aonde ele manteve sua invencibilidade de 12 pra 13 vitórias clássicas. Ele venceu descontando palmo a palmo num páreo com 11 cavalos concorrendo ao cobiçado Grande Prêmio. Manaus venceu pelo coração, pois quando todos já aplaudiam o ponteiro, ele descontava a cada metro uma pequena diferença. Como conhecia profundamente Manaus, seu jóquei, Jorge da Costa, tinha certeza que, colando junto do líder ele não perderia. E foi isso que aconteceu. O alazão Manaus cruzou com valentia o disco de chegada com a diferença de uma cabeça.
4 – QUAL SEU CAVALO QUE ESTÁ SEMPRE PRESENTE NA SUA MEMÓRIA?
R: Estão na minha memória vários cavalos craques como: Manaus, Jaspion recordista no Recife e no Ceará nos 1200 m, Maxto Xito animal preferido do jóquei Juvenal Machado da Silva, Assoluto, Urubu Malandro, Val Roster, Mascon e o extraordinário potro Farfante que foi Tríplice Coroado correndo sozinha a última prova aqui no Recife por não ter adversário para enfrentá-lo e tantos outros animais de nossa propriedade vencedores por diversas vezes, aqui e em outros hipódromos como São Paulo, Paraná e Ceará. Além de todos estes, lembro-me de Mossoró que apesar não tem visto correr, conheço toda a sua magnífica história escrita nas pistas e em vários livros. Ele foi o primeiro cavalo brasileiro a vencer no exterior, na Inglaterra. É o orgulho máximo do nosso turfe local, pois aqui ele nasceu e foi criado nas terras do Haras Lundgren, em Paulista.
5 – AMIGOS QUE FEZ NO TURFE?
R: Muitos. Estou acompanhando a terceira geração de turfistas e profissionais deste esporte de reis. A união e a amizade entre os apaixonados, como eu, pelos cavalos PSI, vão além de qualquer divergência ou mágoa, por isso acredito que o Turfe nunca acabará.
6 – O QUE REPRESENTA O JCPE PARA VOCÊ? COMO VOCÊ VÊ O ESTADO ATUAL DO TURFE PERNAMBUCANO E AS PERSPECTIVAS LOCAIS PARA O FUTURO DE NOSSA ATIVIDADE?
R: Representa para mim uma das mais belas e ricas histórias de Pernambuco, desde o Império até os dias de hoje. O JCPE é um local de lazer, de emoções, de amizades, onde oferece conforto e segurança aos seus frequentadores. Por isso defendo sua permanência onde está, pois é de fácil acesso para todos os turfistas, profissionais e proprietários, que gostam de assistir aos treinos de seus animais e estarem diariamente em suas cocheiras, conversando, contando e ouvindo histórias tão ricas do passado e do presente.
Vejo o Turfe pernambucano de maneira positiva, pois o atual Presidente, Paulo Paiva é um homem corajoso, arrojado e cumpridor dos seus deveres além de contar sempre com o apoio e o trabalho de suma importância, do Diretor Serginho Paiva, considerado como o “Embaixador do Turfe”, desde as corridas de Canchas Retas até o alto conhecimento com importantes criadores e proprietários em todo o Brasil. Serginho é um grande incentivador da Escolinha de Jóqueis do Professor Chico Mendonça, onde garotos são treinados para irem frequentar já com certa prática, as Escolinhas em São Paulo e Rio de Janeiro e assim se profissionalizarem na difícil arte de montar. Vários destes já estão fazendo sucesso em suas montarias. A atual Diretoria e Comissão de Corridas estão em sintonia com as
Diretrizes traçadas pelo Presidente. Daí o sucesso que vem obtendo. Portanto as perspectivas para o futuro são positivas e animadoras.
7-Como enxerga a perspectiva futura para o turfe nacional?
R: O turfe brasileiro passa por uma crise por falta de administradores que saibam, com coragem, melhorar os prêmios, dar incentivo para que os páreos saiam mais cheios e pagarem em dia as suas obrigações. Exceção do Rio de Janeiro, do Cristal e de Pernambuco. Estes vão bem, graças a Deus e ao trabalho dos seus dirigentes.
8- QUEM GANHA O GP SERGIO PAIVA?
R: Esta pergunta, meu caro amigo Luiz Roberto, deixo para os animais inscritos. Deverá ser um bonito espetáculo e que vença o melhor numa corrida limpa e sem acidentes para cavalos e jóqueis.
Sergio Paiva – Turfista, Sócio, Proprietário e Treinador Profissional.